Diferentemente do que se acreditava até então, as altas temperaturas podem não representar por si só uma condição ideal para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. Isso foi o que apontou a tese de Doutorado de Mara Cristina Ripoli Meira, da Universidade de São Paulo (USP), que teve apoio institucional da Itaipu Binacional e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
O estudo foi apresentado em uma das reuniões do Grupo de Trabalho Itaipu-Saúde (GT Itaipu-Saúde) – do qual o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) faz parte – e mostrou que em dias mais quentes, com temperaturas acima dos 34ºC, a capacidade do mosquito se multiplicar diminui. De acordo com a pesquisadora, o cenário ideal para a sobrevida do mosquito é com temperaturas entre 25ºC e 30ºC, alta umidade relativa do ar e grande quantidade de chuvas.
Em sua tese, Mara levou em consideração dados coletados de Foz do Iguaçu entre 2006 e 2016 e concluiu que o intervalo de três meses, em relação ao início das epidemias, mostrou-se o período mais oportuno para iniciar as ações de controle do vetor, bem como bloqueio da doença e prevenção de epidemias.
Durante a reunião do GT-Itaipu Saúde também foi aprovado o detalhamento do projeto “Treinamento em pré-natal: uma abordagem holística para o cuidado da maternidade”. A partir de junho, a iniciativa deve envolver médicos paraguaios e argentinos na troca de informações e experiências que visem um atendimento mais humanizado às gestantes dos dois países.