Até 2025, estima-se que mais de 50 bilhões de dispositivos estarão interconectados à rede de Internet das Coisas (iot). Mas afinal, o que é isso? Quem explica melhor pra gente é o gerente do Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab), do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Miguel Diógenes Matrakas.
“Bom, a internet das coisas é, literalmente, pegar os dispositivos e dar poder de comunicação para elas. Exemplos do dia a dia que a gente tem são os Smartwatches – os relógios, as televisões inteligentes (Smart TVs) que hoje estão cada vez mais presentes”.
No Parque Tecnológico Itaipu, o Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab) tem como missão disseminar conhecimento acerca das tecnologias que vêm sendo aderidas pelo mercado. Pensando nisso, o PTI, em parceria com a Itaipu Binacional, criou o primeiro Laboratório de Internet das Coisas de Foz do Iguaçu.
Entre os projetos desenvolvidos pelo Laboratório está o Smart Farm ou “fazenda inteligente”, em tradução livre. A iniciativa consiste na instalação de estações meteorológicas de baixo custo para medir dados agrometeorológicos e ajudar na tomada de decisões do campo. O engenheiro eletricista do Celtab, Rolf Massao, explica como funcionam os equipamentos:
“A gente implementa conceitos de internet das coisas nas estações. Todas as estações se comunicam entre si e também enviam esses dados para um servidor que a gente guarda todos esses dados no PTI. O projeto é mais antigo na Unioeste de Cascavel – é uma tese de doutorado – e o Celtab institucionalizou esse projeto, faz um ano. A gente tem aqui um concentrador de dados e, a partir disso aí, ela faz a comunicação com todas as estações. A gente coleta esses dados e manda para o PTI. Lá é onde a gente salva todas essas informações que são abertas para comunidade acadêmica poder trabalhar com Deep Learning, inteligência artificial sobre esses dados. Falar “opa, eu vi uma relação de temperatura com umidade com tal praga. Então eles podem trabalhar com todas as instalações. Isso que é o mais bacana porque a gente está gerando o famoso Big Data para gerar informação útil. Essa primeira etapa é termos dados consolidados e depois a gente começar trabalhar bem informações úteis, levantar todos esses indicadores do campo e melhorar a produtividade já que esse é um core business da região”.

Os dados são enviados e armazenados em um servidor no Parque Tecnológico Itaipu.
O próximo passo do projeto irá contar com a parceria da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) na gestão das informações captadas no campo e que poderão ser visualizadas e trabalhadas no Centro de Controle e Operações (CCO) do Laboratório Vivo de Cidades Inteligentes, instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
Já com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), a atuação conjunta será para atualização da tecnologia que serve como base para o Smart Farm. Para isso, será utilizada a plataforma Dojot que irá otimizar as ações desenvolvidas no projeto.