O documentário produzido em Foz do Iguaçu, “Jusante – o Caminho das Águas” traz imagens da hidrografia da região e relata sobre alguns problemas relacionados à água e seus maus usos. O diretor do vídeo e acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal Latino-Americana (Unila), Daniel Dantas Duarte, conta que por meio das pesquisas de campo identificou um número maior de rios e cachoeiras poluídas no município, e a partir desta constatação, surgiu a ideia de produzir o curta.
“Resultado de uma iniciação científica e da monitoria que eu prestei também junto com a minha orientadora professora doutora Ana Clarissa Stefanello, ela é professora de Geografia da Unila. Então a gente começou a estudar o aspecto do turismo aqui na cidade, e especificamente o geoturismo, que é um segmento de turismo voltado às superfícies, formas de relevo, formações rochosas, e a gente começou a expandir nossos horizontes de pesquisa, e começamos a descobrir que as pessoas aqui da cidade, muita gente que é nativa daqui não conhece as Cataratas do Iguaçu, muito menos as cachoeiras urbanas, então a gente passou a estudar os rios e as cachoeiras”.
A produção não tem apenas objetivo crítico, a ideia é que seja mais um instrumento de apoio para que profissionais que atuam em diferentes áreas utilizem o material em ações de conscientização sobre boas práticas com a água. Além disso, é preciso reconhecer as belezas e potencialidades locais, pois trata-se de uma região riquíssima em recursos hídricos. Com a pesquisa, Dantas descobriu que Foz do Iguaçu possui entre 38 e 42 cachoeiras.
“As cachoeiras fazem parte da geomorfologia, geo turismo, geo diversidade, já que os rios moldam as superfícies com a erosão e resulta nas cachoeiras. Como a minha iniciação científica era dentro da geomorfologia, eu fui pesquisar as cachoeiras urbanas aqui em Foz. Durante a pesquisa, eu acabei descobrindo que muitos rios daqui eles estão poluídos, então surgiu essa ideia de fazer um documentário explorando alguns aspectos sociais da cidade, trazendo dentro desses conceitos aspectos físicos também. A gente fez muita saída de campo, conhecemos o Arroio Dourado, o aterro sanitário aqui em Foz do Iguaçu”.
O curta está disponível de forma gratuita no Youtube.
“O nome do documentário é Jusante porque tudo que é feito a montante do rio vai ser sentido a jusante, ou seja, em direção para onde a água corre. Esse é o grande problema da poluição, você polui um ponto, e em outro ponto essa poluição é percebida, e o enredo do documentário é guiado pelo fluxo das águas. Tanto que começa no aterro sanitário que substitui o antigo lixão do Arroio Dourado, e ali tem um risco de contaminação desse Arroio que deságua no Rio Tamanduá, e toda essa bacia hidrográfica está conectada, e o enredo do documentário segue a bacia e as águas em geral”.
Para 2019, o pesquisador prevê o lançamento de um segundo documentário onde será abordada a bacia do Rio Boicy e do Rio Monjolo, que segundo Dantas, são os mais poluídos da cidade.