O Podcast Unesp em parceria com a área de Hidráulica e Irrigação do Campus de Ilha Solteira da Unesp, publica noticiários sobre a agricultura irrigada e agroclimatologia. O objetivo é orientar as formas de manejo racional da água e energia. Fernando Braz Tangerino, professor e engenheiro agrônomo da Unesp em Ilha Solteira, sinaliza as expectativas da agricultura irrigada no novo governo do Brasil.
“Temos um novo presidente eleito e com ele se renovam as esperanças em todos os setores da sociedade, e não seria diferente em relação irrigada, em especial a irrigação. O Presidente Bolsonaro, ao visitar Israel, interpretando as manifestações na mídia e redes sociais, parece que se impressiona com as possibilidades e os efeitos multiplicadores proporcionados pelos sistemas de irrigação naquele país, que é referencial nesta área do conhecimento, bom para os produtores de alimento, e melhor para toda sociedade que anseia pela segurança alimentar. De acordo com a Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (ABIMAQ), nos últimos 10 anos, a agricultura irrigada brasileira, cresceu em média 193 mil novos hectares por ano, 8,6% anuais, e superior aos 4,8% ao ano se considerado os últimos 18 anos, quando expandimos nossa agricultura irrigada na média 160 mil novos hectares irrigados por ano, em um sinal inequívoco da aceitação desta tecnologia pelos produtores de alimentos. O auge da expansão da agricultura irrigada aconteceu no ano de 2013, com 272 mil novos hectares irrigados, quando então interrompemos o ciclo virtuoso da segurança hídrica para produção de alimentos, abatidos pela maior crise hídrica já presenciada pela população atual”.
O professor alerta que a irrigação no país deve ser ampliada.
“Mesmo retomando a expansão, é senso comum que irrigamos muito pouco, frente ao potencial de mais de 60 milhões de hectares brasileiros, destes 4,2% milhões de hectares apenas no Estado de São Paulo, e assim as mesmas redes sociais e rodas de amigos, interpretam cada qual à sua preferência e ideologia, as notícias de que Israel oferece cooperação técnica ao Brasil no tema segurança hídrica abrindo um leque grande de especulação. O Brasil não é o país do futuro em relação a produção de alimentos, e sim do presente. E assim, todos os principais players ligado ao uso da água na agricultura, na indústria, e para o consumo humano, são encontrados em terras brasileiras, seja com fábricas ou com representantes comerciais. Poranto, no tocante a irrigação estamos preparados para oferecer o que há de melhor para se fazer o uso eficiente da água na agricultura, e nos parece então, mais importante que o nosso próximo Presidente volte suas energias para destravar a burocracia e o componente ideologia ainda vigente em agências ambientais, a garantia do crédito aos investimentos, e a formação de recursos humanos de qualidade em todos os níveis da cadeia produtiva através de programas de capacitação contínua, como de fato, prevista na Lei 12.787 de Janeiro de 2013 que instituiu a política nacional de irrigação”.