Os incentivos para a contratação de empreendimentos eólicos no Brasil retornaram com mais força durante a “Crise do Apagão”, entre 2001 e 2002, quando o País vivia momentos conturbados de racionamento de água, resultado da falta de chuvas aliada a problemas estruturais do setor.
Criou-se então o Programa Emergencial de Energia Eólica (Proeólica), cuja meta era contratar cerca de 1 GW em projetos relacionados à fonte até dezembro de 2003. Já se falava, então, da complementaridade sazonal do regime de ventos com os fluxos hidrológicos nos reservatórios hidrelétricos.
Em 2002, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) abriu caminho para a fixação da indústria de componentes e turbinas eólicas no território nacional. É que para os projetos serem contratados pelo Programa a exigia-se no mínimo 60% de conteúdo nacional. Isso também ajudou a reduzir os preços da energia eólica no Brasil.
Com o País começando a avançar no tema, em 2002 foi criada a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). A instituição sem fins lucrativos nasceu com o objetivo de congregar e representar a indústria de energia eólica no País, incluindo empresas de toda a cadeia produtiva. A presidente da Associação, Elbia Silva Gannoum, explica o momento:
“O panorama da energia eólica em 2002 estava muito no campo do pensamento, e em 2002, também aconteceu um fator importante que foi a publicação da Lei 10.438, que criou o Proinfa. A partir da criação deste programa, que criou a possibilidade de fazer os primeiros leilões (que na época chamávamos de licitação), nós tínhamos uma perspectiva que haveria alguma contratação da fonte eólica no Brasil, pelo modelo comercial, pela primeira vez. A ABEEólica foi criada neste contexto, em que seria a associação dos investidores e potenciais investidores da fonte eólica no Brasil, que se reuniriam para identificar as necessidades do que poderia ser a energia eólica no Brasil, e sinalizar para as autoridades e tomadores de decisões o que deveria ser feito para fomentar a fonte eólica no Brasil”.
No final de 2009 foi realizado o 2º Leilão de Energia Reserva (LER), o primeiro voltado exclusivamente para a fonte eólica. Esse tipo de leilão contrata um volume de energia além daquele estimado para suprir a demanda do país, para ser utilizada, como reserva de garantia física ao sistema elétrico. Este leilão foi um sucesso com a contratação de 1,8 GW provenientes da energia eólica e abriu portas para novas ações que ocorreram nos anos seguintes. A competitividade da fonte também vai aumentando ao longo do tempo.