Na década de 1980, o Brasil passou por uma experiência com biogás como forma de saneamento, e não fonte de energia. No campo, era comum a instalação de biodigestores (aquelas lagoas cobertas por lonas) voltados para a redução da carga orgânica dos resíduos das atividades das propriedades.
Porém, como não ocorriam treinamentos e capacitações de quem lidava com esses equipamentos no dia a dia, à medida que eles mostravam necessidade de manutenção as pessoas não sabiam o que fazer. Isso fez com que muitas das instalações fossem desativadas.
Com a evolução de políticas, pesquisas e iniciativas, esse histórico negativo aos poucos foi ficando para trás. Nos últimos anos, o uso de biodigestores para a produção de biogás voltou a ser discutido no Brasil no embalo de projetos de visionários que acreditavam no potencial dessa fonte energética na busca pela sustentabilidade e de empresas que buscavam melhorias ambientais.
Esse retorno, aliado ao grande potencial de produção existente no Brasil, atraiu a atenção de instituições de governo, de empresas brasileiras e internacionais e centros de pesquisa e desenvolvimento. Isso gerou várias iniciativas desde 2008 no sentido de desenvolver e consolidar essa fonte de energia e de inseri-la definitivamente na matriz energética nacional.
Neste contexto destaca-se o papel de liderança da usina hidrelétrica de Itaipu. A binacional possui diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de biogás em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás), instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). O Centro é uma instituição científica, tecnológica e de inovação formada por instituições que desenvolvem e/ou apoiam projetos relacionados às energias renováveis. Sua estrutura conta com um laboratório de biogás, no PTI, em Foz do Iguaçu (PR), e com unidades de produção de biogás espalhadas pelo Brasil.
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