Edilson Urbano, de São Paulo (SP), criador do projeto Minicisterna, é uma daquelas pessoas que não param de pensar em como ajudar o meio ambiente. Portanto, tivemos a oportunidade de conhecer e entender o seu projeto no 8° Fórum Mundial da Água.
“Este projeto já é uma ideia muito antiga minha de fazer o aproveitamento da água da chuva. Há uns vinte anos atrás, eu já tentava fazer, mas tudo o que existia no mercado era muito caro. Não tinha condições de investir dinheiro e ter um retorno. E aí o que eu fiz? Comecei a estudar todos os consumos de água que existem em casa. A primeira coisa que fiz foi fazer reuso da água do banho. Ou seja, a água que você usa para tomar banho é mais ou menos equivalente a quantidade de água que você gasta na descarga. Então eu montei um sistema em que a água do banho vai para um reservatório, desse reservatório vai para a caixa de descarga do vaso sanitário e eu uso ela para dar descarga. Este tipo de reuso me deu 30% de economia dentro de casa. É muita água. Só que ainda assim eu via a água da chuva cair e ir embora, e sem poder fazer nada sempre dava uma dor no coração. Aí eu comecei a estudar o que existia no mercado de tecnologia (geralmente alemã), que é muito cara. Para se ter uma ideia, um filtro que eu faço a R$ 20, você compra numa loja por R$ 500. Estudei bastante esses componentes e desenvolvi com baixo custo. Comecei a cortar cano, emendar cano e fazer testes, até chegar nessa tecnologia”.
Ele também nos contou sobre o seu sentimento de trazer o seu belíssimo projeto para o evento.
“É muito gratificante. Desde quando eu fiz esse projeto (já tem mais de dez anos), eu venho disseminando gratuitamente através do site, feiras e palestras, e a cada dia eu escuto alguém que fez em uma escola, em uma comunidade, e vira e mexe me chamam para algum evento desse tipo. Claro que o Fórum Mundial é o ‘top do top’. Fiquei muito alegre em poder participar e poder expor aqui. Mostrar que existe condições de ter um sistema de aproveitamento de água da chuva correto, dentro das normas técnicas e de baixo custo (…) Me sinto um pouquinho menos ‘pecador’. Acho que estou ganhando alguns créditos com o céu, pelo menos com o meio ambiente. É muito gratificante. Esse trabalho eu tenho feito muito por conta própria. Tenho filhos já, que até me ajudam financeiramente, para que eu continue a disseminar essas tecnologias, porque realmente é muito gratificante o retorno”.
Quer conhecer mais sobre o projeto? Acesse o site www.sempresustentavel.com.br.
*Matéria produzida por Lauane Salvador Mariano e Sarah Oliveira Viana, adolescentes da Legião da Boa Vontade (LBV) – Brasília (DF) capacitadas durante formação realizada pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) nos dias 15 e 16 de março, na sede da Agência Nacional de Águas (ANA).
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